Desde 2012, quando descobri a prova, El Cruce passou a ser uma meta. Participar de uma prova de 3 dias com 100km e em lugares magníficos entre Chile e a Argentina, virou sonho à se realizar, só acreditei mesmo que iria participar quando recebi a confirmação da organização, seria minha primeira ultramaratona.
Participei de poucas provas longas: 42km em Búzios (2012), 42km Deserto do Atacama (2013), 40km Serra fina (2013). Realizei treinos importantíssimos para aprender amanusear os equipamentos e trabalhar o psicológico como a travessia de ida e volta na serra dos órgãos em 2013 (Petrópoilis-Teresópolis-Petrópolis) onde passei a ser o primeiro a fazer este percurso em menos de 24h. Simulados de ladeiras e treinos seguidos com quilometragens parecidas foram realizadas também para ganhar resistência muscular.
Os dois meses que antecederam a prova foram de ansiedade total. A grande exigência na carga horária de trabalho, passou a me desgastar demais, baixando minha imunidade diversas vezes.
Foi imprescindível a compra de equipamentos e suplementos para a realização da prova. A logística da viagem me rendeu muitas horas de estudo.
Duas semanas antes da viagem, uma gripe me deixou muito fraco, tendo que ser necessário, a suspensão de alguns treinos, segundo minha médica nutróloga Maria Vargas. Ela foi importantíssima com meu acompanhamento nutricional e fisiológico. Importante também foi a Assessoria PontoCorrido com todo o suporte em treinos, junto com a academia Delfim Boxe com o apoio nos treinos de fortalecimento, com treinos em esteira, divulgação da minha imagem e apoio financeiro.
A semana que antecedeu a viagem foi de fortes emoções entre amigos, familiares e namorada, todos me incentivaram e me apoiaram muito.
Participei de poucas provas longas: 42km em Búzios (2012), 42km Deserto do Atacama (2013), 40km Serra fina (2013). Realizei treinos importantíssimos para aprender amanusear os equipamentos e trabalhar o psicológico como a travessia de ida e volta na serra dos órgãos em 2013 (Petrópoilis-Teresópolis-Petrópolis) onde passei a ser o primeiro a fazer este percurso em menos de 24h. Simulados de ladeiras e treinos seguidos com quilometragens parecidas foram realizadas também para ganhar resistência muscular.
Os dois meses que antecederam a prova foram de ansiedade total. A grande exigência na carga horária de trabalho, passou a me desgastar demais, baixando minha imunidade diversas vezes.
Foi imprescindível a compra de equipamentos e suplementos para a realização da prova. A logística da viagem me rendeu muitas horas de estudo.
Duas semanas antes da viagem, uma gripe me deixou muito fraco, tendo que ser necessário, a suspensão de alguns treinos, segundo minha médica nutróloga Maria Vargas. Ela foi importantíssima com meu acompanhamento nutricional e fisiológico. Importante também foi a Assessoria PontoCorrido com todo o suporte em treinos, junto com a academia Delfim Boxe com o apoio nos treinos de fortalecimento, com treinos em esteira, divulgação da minha imagem e apoio financeiro.
A semana que antecedeu a viagem foi de fortes emoções entre amigos, familiares e namorada, todos me incentivaram e me apoiaram muito.
05/02 - dia da viagem: Embarquei no Aeroporto do Galeão no Rio de
Janeiro chegando no horário correto no Aeroporto de Guarulhos-SP. O Atraso de 1
hora no voo para Santiago foi prejudicada ainda mais com o atraso na entrega
das bagagens, impedindo que fizéssemos a conexão de imediato para a cidade de
Puerto Montt como estava previsto. Ao constatar que realmente perdemos o voo de
conexão, fomos todos (aproximadamente 20 brasileiros) fazer reclamação no guichê da empresa aérea Lan, responsável pela confusão. Horas de
negociação e sem ter qualquer informação concreta, consegui uma
fila de espera para as 21h tendo em vista que estava no aeroporto desde 14h. Morrendo
de cansaço e impaciente, descobri que só teria vaga para o voo do dia seguinte
as 9h50. Eu e mais dois brasileiros passamos a noite em um hotel em
Santiago mesmo pago pela empresa aérea. Apesar dos problemas eu, Alexandre e
Michel passamos a fazer desses momentos de estresse momentos de descontração.
Pousando finalmente na cidade de Puerto Montt, 10°C na cidade e chovendo
fino, pegamos um taxi para Puerto Varas onde nos deixou nos respectivos hotéis.
Hostel Compass Del Sur, muito simpático e com uma excelente
localização.(ao lado do Hotel Patagônico, onde se realizava a entrega dos kits)
. Arrumei minha mala e saí para almoçar e pegar o kit, Excelente organização, com chips
para fotografias e postagens automáticas em nosso facebook. Descansar que é bom
nada, fui arrumar as mochilas de acampamentos, corrida e a mala de viagem, levá-las
para os devidos abrigos, assistir a palestra técnica e jantar. (ufa!) Surpresa
ao dormir, no quarto onde eu estava, tinham mais 6 corredores, todos argentinos
e o pior, estavam disputando quem roncava mais.
Dia 07/02 - 5h da manhã, tempo frio e chuvoso, mesmo sem clarear, os
ônibus já se encontravam na beira da estrada nos esperando. Pegamos um amanhecer
muito nublado na estrada. Aos pés do Vulcão Osorno sem poder vê-lo direito por
estar encoberto pelas nuvens e as margens da Playa del Lago Todos los Santos,
lá estava o pórtico de largada. Isotônico à vontade para todos encherem suas
garrafas, atletas de diversas nacionalidades confraternizando com uma alegria
contagiante. Para muitos, estar ali já era um sonho...
A
largada foi dada as 8h10 em ondas, com a tentativa de não causar
engarrafamento no início do percurso ou acidentes, mas foi justamente ao
contrário, a beira do lago ficou pequena para tanta gente. Muitos caminhavam já
no início e atrapalhava muito. A paisagem era muito bela, o lago verde com as
pedras e terras pretas de origem vulcânica davam um contraste espetacular. Nos
primeiros 800m fui realizar uma ultrapassagem e pisei em uma pedra dentro
do lago que deslizou e cai com a lateral do corpo em outras pedras, bem
dolorido mas segui firme... já pensou???!!!
A
vegetação apareceu na trilha e começamos a ganhar altitude, com isso a temperatura baixava, a chuva e frio aumentava e nessa altura já estávamos beirando o todo poderoso Osorno. Sem enxergar 10
metros à frente devido a subida e a chuva nos olhos, alternei longos
trechos de caminhada e corrida, o frio era muito, a pontas dos dedos das
mãos ficavam dormentes e o nariz muito gelado. Alguns dias depois, fui descobrir que a sensação térmica naquele momento era de -7ºC.
Ao
iniciarmos a descida, a chuva deu uma trégua, foi a hora de recuperar o tempo
perdido e acelerar. No km22 vimos o posto de hidratação com isotônico, laranja
e banana que desceu maravilhosamente bem. Continuando, voltamos a subir e se
achávamos que já tínhamos passado pela parte mais difícil, ai que nos
enganamos, foram praticamente 12km de muita lama até a canela, barrancos com
uso de cordas para auxílio. O uso dos bastões foram importantíssimos para
evitar quedas e auxiliar os joelhos no apoio. A expectativa era de 39km e
completamos a prova com quase 42km. A vista do acampamento do alto do morro foi
a melhor coisa que a gente poderia ter visto naquele momento, ajudando no fôlego e
dando mais força nas pernas. Fim do primeiro dia de prova com 6:17'.
Acabado!!!!
Ao chegar, hidratação de
imediato, demorei a me localizar no camping e fui direto para o lago fazer a
sessão de crioterapia.
O sol por volta de 15h ainda estava forte porém o vento era bem fresco mantendo
uma temperatura agradável fora da água e seco, dentro, a água estava congelante,
ao sair então, nem se fala. Revigorado com o banho
gelado no lago, fui conhecer o acampamento, reencontrei os amigos do aeroporto
no pós prova. Uma enorme infraestrutura com lugar para carregar o garmin, tenda
para massoterapia, pra bebidas, barras de cereal e sucos.
As
refeições eram sempre muito bem servidas com carne e massa à vontade no almoço
e jantar. Existia também uma tenda somente para a refeição na qual sempre
estava cheia e que servia perfeitamente também para confraternizar com os amigos. No meio da
tarde, descobrimos que a prova de duplas que tinha saído um dia antes da gente
pegou um temporal e tiveram que alterar o percurso, com isso, nosso percurso também
foi alterado mas só fomos descobrir isso as 13h do dia seguinte.
Previsto
para encerrarmos a 2 etapa no acampamento dois com 33km, o clima não ajudou
muito provocando tempestades e até nevasca neste percurso (estávamos no verão).
Tensos sem saber o que ia acontecer, não tínhamos noção se comíamos algo pesado
ou se não comíamos nada, se descansava ou se permanecia pronto. 14h30 foi a largada no
mesmo acampamento com um sol belíssimo. Fizemos um bate e volta de 18km nesse
dia, passando por trechos também de lama e trechos em campos cobertos de
margaridas amarelas, dando a impressão de que tudo aquilo ali era um sonho, mas
não era não, foi ladeira na ida e na volta.
Durante
todo o percurso fomos contemplados com um belíssimo dia, podíamos
observar o Vulcão Osorno sem uma nuvem e com toda sua neve, uma vista belíssima, quanto ao pôr do sol? Outro espetáculo, por volta de 21h o sol se escondia por trás do lago.
Dia 9/02 - 5h da manhã e todos
levantando, foi o dia mais frio, noite de céu limpo e muitas filas para todos
os lados: para o banheiro, para o café da manhã, para entregar a mochila no
caminhão e finalmente para entrar no ônibus que ia levar a gente até o
acampamento 2. A chegada no acampamento localizado na região de Antillanca foi
marcado por muita confusão de informações, descobri que a prova seria de 25km e
que largaria as 10h30. Iniciei meu ritual de arrumação e as 10h15 e foi dada a primeira largada, que loucura! Larguei
lá trás de novo. Com muitas dores no joelho do tombo do primeiro dia, comecei
mancando mas logo nos primeiros quilômetros a musculatura foi aquecendo e voltei a correr normalmente. Estávamos passando por uma estação de esqui e a paisagem maravilhosa
começava a aparecer. Vários vulcões nevados ao fundo, crateras
gigantescas ao nosso lado e o terreno era de pedra vulcânica preta. Passamos
por pelo menos três ladeiras gigantescas daquelas que formavam filas enormes, todos sempre com o bastões no auxílio. Tinham momentos em que essas pedras no
solo eram tão pequenas que se confundiam com areia e em dois trechos tive que
parar para tirá-las do tênis. Uma fumaça brotava da terra dando a impressão de que a terra estava fervendo.
As
fotografias tiradas pelos fotógrafos profissionais no helicóptero mostrava a
beleza selvagem do local e que mesmo impressionados não tínhamos a noção de onde realmente estávamos. Após
os belos momentos de paisagens exuberantes, chegou a hora de colocar velocidade
nessa aventura. As grandes ladeiras acabaram e a vegetação se fechou, com ela,
muita lama, pequenos rios, trilhas estreitas com árvores caídas a todo o
momento dificultando as ultrapassagens. foram alguns quilômetros bem difíceis porém mais planos. O quilômetro 25 chegava e já se avistava o pórtico de chegada, a alegria já era de emocionar, o
sprint final para a última reta e a salva de palmas de todos que estavam
recepcionando era indescritível a sensação, missão cumprida e a certeza de que
apesar das dores no quadril e joelho, fiz o meu melhor. Depois da chegada, um
ônibus levava a gente até o pórtico oficial. O que? Isso mesmo, depois que
chegamos, pegamos micro-ônibus até o local de chegada oficial,
o tempo não contava mais, porém toda a infraestrutura do evento estava lá: foto oficial, entrega de medalhas, almoço, o trâmite alfandegário, as malas
e os ônibus que iam dar destino para todos.
Depois
de tudo o que passei, achava que merecia um prêmio, então fiquei dois dias em
Bariloche descansando. Para fechar com chave de ouro, no último dia teve um encontro
na Cervejaria Antares, com dois grande amigos que fiz na corrida, o dez de
março ( Rafael Pina) e o Anastácio para brindarmos a conquista no El Cruce.