terça-feira, 8 de abril de 2014

EL CRUCE 2014 - Volcanes en Patagonia

    Desde 2012, quando descobri a prova, El Cruce passou a ser uma meta. Participar de uma prova de 3 dias com 100km e em lugares magníficos entre Chile e a Argentina, virou sonho à se realizar, só acreditei mesmo que iria participar quando recebi a confirmação da organização, seria minha primeira ultramaratona.    
    Participei de poucas provas longas: 42km em Búzios (2012), 42km Deserto do Atacama (2013), 40km Serra fina (2013). Realizei treinos importantíssimos para aprender amanusear os equipamentos e trabalhar o psicológico como a travessia de ida e volta na serra dos órgãos em 2013 (Petrópoilis-Teresópolis-Petrópolis) onde passei a ser o primeiro a fazer este percurso em menos de 24h. Simulados de ladeiras e treinos seguidos com quilometragens parecidas foram realizadas também para ganhar resistência muscular.
    Os dois meses que antecederam a prova foram de ansiedade total. A grande exigência na carga horária de trabalho, passou a me desgastar demais, baixando minha imunidade diversas vezes.
    Foi imprescindível a compra de equipamentos e suplementos para a realização da prova. A logística da viagem me rendeu muitas horas de estudo.
    Duas semanas antes da viagem, uma gripe me deixou muito fraco, tendo que ser necessário, a suspensão de alguns treinos, segundo minha médica nutróloga Maria Vargas. Ela foi importantíssima com meu acompanhamento nutricional e fisiológico. Importante também foi a Assessoria PontoCorrido com todo o suporte em treinos, junto com a academia Delfim Boxe com o apoio nos treinos de fortalecimento, com treinos em esteira, divulgação da minha imagem e apoio financeiro.
    A semana que antecedeu a viagem foi de fortes emoções entre amigos, familiares e namorada, todos me incentivaram e me apoiaram muito.
    


05/02 - dia da viagem: Embarquei no Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro chegando no horário correto no Aeroporto de Guarulhos-SP. O Atraso de 1 hora no voo para Santiago foi prejudicada ainda mais com o atraso na entrega das bagagens, impedindo que fizéssemos a conexão de imediato para a cidade de Puerto Montt como estava previsto. Ao constatar que realmente perdemos o voo de conexão, fomos todos (aproximadamente 20 brasileiros) fazer reclamação no guichê da empresa aérea Lan, responsável pela  confusão. Horas de negociação e sem ter qualquer informação concreta, consegui uma fila de espera para as 21h tendo em vista que estava no aeroporto desde 14h. Morrendo de cansaço e impaciente, descobri que só teria vaga para o voo do dia seguinte as 9h50. Eu e mais dois brasileiros passamos a noite em um hotel em Santiago mesmo pago pela empresa aérea. Apesar dos problemas eu, Alexandre e Michel passamos a fazer desses momentos de estresse momentos de descontração.
Pousando finalmente na cidade de Puerto Montt, 10°C na cidade e chovendo fino, pegamos um taxi para Puerto Varas onde nos deixou nos respectivos hotéis.
Hostel Compass Del Sur, muito simpático e com uma excelente localização.(ao lado do Hotel Patagônico, onde se realizava a entrega dos kits) . Arrumei minha mala e saí para almoçar e pegar o kit, Excelente organização, com chips para fotografias e postagens automáticas em nosso facebook. Descansar que é bom nada, fui arrumar as mochilas de acampamentos, corrida e a mala de viagem, levá-las para os devidos abrigos, assistir a palestra técnica e jantar. (ufa!) Surpresa ao dormir, no quarto onde eu estava, tinham mais 6 corredores, todos argentinos e o pior, estavam disputando quem roncava mais.


Dia 07/02 - 5h da manhã, tempo frio e chuvoso, mesmo sem clarear, os ônibus já se encontravam na beira da estrada nos esperando. Pegamos um amanhecer muito nublado na estrada. Aos pés do Vulcão Osorno sem poder vê-lo direito por estar encoberto pelas nuvens e as margens da Playa del Lago Todos los Santos, lá estava o pórtico de largada. Isotônico à vontade para todos encherem suas garrafas, atletas de diversas nacionalidades confraternizando com uma alegria contagiante. Para muitos, estar ali já era um sonho...
            A largada foi dada as 8h10 em ondas, com a tentativa de não causar engarrafamento no início do percurso ou acidentes, mas foi justamente ao contrário, a beira do lago ficou pequena para tanta gente. Muitos caminhavam já no início e atrapalhava muito. A paisagem era muito bela, o lago verde com as pedras e terras pretas de origem vulcânica davam um contraste espetacular. Nos primeiros 800m fui realizar uma ultrapassagem e pisei em uma pedra dentro do lago que deslizou e cai com a lateral do corpo em outras pedras, bem dolorido mas segui firme... já pensou???!!! 





            A vegetação apareceu na trilha e começamos a ganhar altitude, com isso a temperatura baixava, a chuva e frio aumentava e nessa altura já estávamos beirando o todo poderoso Osorno. Sem enxergar 10 metros à frente devido a subida e a chuva nos olhos, alternei longos trechos de caminhada e corrida, o frio era muito, a pontas dos dedos das mãos ficavam dormentes e o nariz muito gelado. Alguns dias depois, fui descobrir que a sensação térmica naquele momento era de -7ºC.

            Ao iniciarmos a descida, a chuva deu uma trégua, foi a hora de recuperar o tempo perdido e acelerar. No km22 vimos o posto de hidratação com isotônico, laranja e banana que desceu maravilhosamente bem. Continuando, voltamos a subir e se achávamos que já tínhamos passado pela parte mais difícil, ai que nos enganamos, foram praticamente 12km de muita lama até a canela, barrancos com uso de cordas para auxílio. O uso dos bastões foram importantíssimos para evitar quedas e auxiliar os joelhos no apoio. A expectativa era de 39km e completamos a prova com quase 42km. A vista do acampamento do alto do morro foi a melhor coisa que a gente poderia ter visto naquele momento, ajudando no fôlego e dando mais força nas pernas. Fim do primeiro dia de prova com 6:17'. Acabado!!!!


 Ao chegar, hidratação de imediato, demorei a me localizar no camping e fui direto para o lago fazer a sessão de crioterapia.
O sol por volta de 15h ainda estava forte porém o vento era bem fresco mantendo uma temperatura agradável fora da água e seco, dentro, a água estava congelante, ao sair então, nem se fala. Revigorado com o banho gelado no lago, fui conhecer o acampamento, reencontrei os amigos do aeroporto no pós prova. Uma enorme infraestrutura com lugar para carregar o garmin, tenda para massoterapia, pra bebidas, barras de cereal e sucos.
           As refeições eram sempre muito bem servidas com carne e massa à vontade no almoço e jantar. Existia também uma tenda somente para a refeição na qual sempre estava cheia e que servia perfeitamente também para confraternizar com os amigos. No meio da tarde, descobrimos que a prova de duplas que tinha saído um dia antes da gente pegou um temporal e tiveram que alterar o percurso, com isso, nosso percurso também foi alterado mas só fomos descobrir isso as 13h do dia seguinte.


            Previsto para encerrarmos a 2 etapa no acampamento dois com 33km, o clima não ajudou muito provocando tempestades e até nevasca neste percurso (estávamos no verão). Tensos sem saber o que ia acontecer, não tínhamos noção se comíamos algo pesado ou se não comíamos nada, se descansava ou se permanecia pronto. 14h30 foi a largada no mesmo acampamento com um sol belíssimo. Fizemos um bate e volta de 18km nesse dia, passando por trechos também de lama e trechos em campos cobertos de margaridas amarelas, dando a impressão de que tudo aquilo ali era um sonho, mas não era não, foi ladeira na ida e na volta.       



            Durante todo o percurso  fomos contemplados com um belíssimo dia, podíamos observar o Vulcão Osorno sem uma nuvem e com toda sua neve, uma vista belíssima, quanto ao pôr do sol? Outro espetáculo, por volta de 21h o sol se escondia por trás do lago.

            Dia 9/02  - 5h da manhã e todos levantando, foi o dia mais frio, noite de céu limpo e muitas filas para todos os lados: para o banheiro, para o café da manhã, para entregar a mochila no caminhão e finalmente para entrar no ônibus que ia levar a gente até o acampamento 2. A chegada no acampamento localizado na região de Antillanca foi marcado por muita confusão de informações, descobri que a prova seria de 25km e que largaria as 10h30. Iniciei meu ritual de arrumação e as 10h15 e foi dada a primeira largada, que loucura! Larguei lá trás de novo. Com muitas dores no joelho do tombo do primeiro dia, comecei mancando mas logo nos primeiros quilômetros a musculatura foi aquecendo e voltei a correr normalmente. Estávamos passando por uma estação de esqui e a paisagem maravilhosa começava a aparecer. Vários vulcões nevados ao fundo, crateras gigantescas ao nosso lado e o terreno era de pedra vulcânica preta. Passamos por pelo menos três ladeiras gigantescas daquelas que formavam filas enormes, todos sempre com o bastões no auxílio. Tinham momentos em que essas pedras no solo eram tão pequenas que se confundiam com areia e em dois trechos tive que parar para tirá-las do tênis. Uma fumaça brotava da terra dando a impressão de que a terra estava fervendo.


            As fotografias tiradas pelos fotógrafos profissionais no helicóptero mostrava a beleza selvagem do local e que mesmo impressionados não tínhamos a noção de onde realmente estávamos. Após os belos momentos de paisagens exuberantes, chegou a hora de colocar velocidade nessa aventura. As grandes ladeiras acabaram e a vegetação se fechou, com ela, muita lama, pequenos rios, trilhas estreitas com árvores caídas a todo o momento dificultando as ultrapassagens. foram alguns quilômetros bem difíceis porém mais planos. O quilômetro 25 chegava e já se avistava o pórtico de chegada, a alegria já era de emocionar, o sprint final para a última reta e a salva de palmas de todos que estavam recepcionando era indescritível a sensação, missão cumprida e a certeza de que apesar das dores no quadril e joelho, fiz o meu melhor. Depois da chegada, um ônibus levava a gente até o pórtico oficial. O que? Isso mesmo, depois que chegamos, pegamos micro-ônibus até o local de chegada oficial, o tempo não contava mais, porém toda a infraestrutura do evento estava lá: foto oficial, entrega de medalhas, almoço, o trâmite alfandegário, as malas e os ônibus que iam dar destino para todos.



       Depois de tudo o que passei, achava que merecia um prêmio, então fiquei dois dias em Bariloche descansando. Para fechar com chave de ouro,  no último dia teve um encontro na Cervejaria Antares, com dois grande amigos que fiz na corrida, o dez de março ( Rafael Pina) e o Anastácio para brindarmos a conquista no El Cruce.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Expedição Monte Roraima e Gran Sabana


   O Monte Roraima é uma montanha localizada na América do Sul, na tríplice fronteira entre Brasil (5% de sua área), Venezuela (85%) e Guiana (10%). Constitui-se num tepui, ou seja, um monte em formato de mesa bastante característico do Planalto das Guianas, mais precisamente na Serra de Pacaraíma, na região do planalto coberto pela Gran Sabana. Composta por um tipo de rocha sedimentar formada no período Proterozóico com cerca de 2 bilhões de anos, essa massa rochosa de 90 km quadrados, é uma das formações mais antigas do planeta, que repousa sobro uma base de granito egnaisse que abrangia boa parte do Planalto das Guianas, mas foi fraturada e reduzida aos tepuis atuais pela ação da erosão e de movimentos tectônicos ao longos de 180 milhões anos. Esta rocha contém significativos depósitos de quartzo no chamado "vale dos cristais". O arenito, erodido pelas condições climáticas pode assumir o formato de monolitos assemelhando-se a a figuras como animais, objetos e outros. A flora adaptou-se a essas condições com um elevado grau de endemismo ( é o resultado da separação de espécies, que passam a se reproduzir em regiões diferentes, dando origem a espécies com formas diferentes de evolução; causado por mecanismos de isolamento, alagamento ou movimentação de placas tectônicas.), onde encontram-se diversas plantas carnívoras - que tiram dos insetos capturados os nutrientes que faltam no solo. A fauna também é marcada por um acentuado endemismo, especialmente entre répteis e anfíbios. Esse ambiente é protegido no território venezuelano pelo Parque Nacional de Canaíma e no território brasileiro pelo Parque Nacional do Monte Roraima. Seu ponto culminante, eleva-se ao extremo sul, no estado venezuelano de Bolivar a 2810 metros de altitude.

   A idéia de montar uma expedição surgiu dentre uma aventura e outra com os amigos Alexandre Mendes e Ulisses Alves em 2012. Começou o ano de 2013, e o sonho passou a se tornar realidade quando inciamos as pesquisas sobre o local, valores, guias e ao fecharmos uma equipe. Em Junho, acertamos o grupo, a data da expedição e as passagens foram compradas, todos saindo juntos do Rio de Janeiro. Deste momento em diante, foram muitos e-mails, contatos por redes sociais, leitura de relatos, procura por agências de turismo, contato com guias diretamente e encontros, tudo com o intuito de juntar informações suficientes para montar a expedição sem nenhuma falha.
26/10/13 - Primeiro e último encontro com toda a equipe junta, o local escolhido foi o mirante do leblon, no Rio de Janeiro, no final da tarde, faltava menos de um mês para o grande evento e não tínhamos fechado o guia ou agência qie iríamos contratar, a única coisa certa era a nossa passagem até a cidade de Boa vista e o transporte para a cidade da Venezuela, de onde iríamos iniciar a expedição.
   Muitas pesquisas se passaram e poucos dias antes da viagem, chegamos a conclusão que não iríamos fechar nenhum pacote com agência de viagem devido aos valores abusivos cobrados e sim, com um guia local. Decidimos entrar em contato com Antônio, um guia  citado em diversos relatos.

   A semana que antecedeu a viagem, serviu para todos acertarem e testarem seus equipamentos e dar a última conferida na mochila. 

   1º dia de viagem - 13 de novembro de 2013, Aeroporto do Galeão - Rio de Janeiro, 20h00 no horário de Brasília e finalmente todos prontos para o grande momento, Luciana que veio de Belo Horizonte, eu (Fabio Paes Leme), Leonardo, Alexandre e Gabrielle finalmente juntos para a tão sonhada expedição. Check-in realizado e voo saindo às 21h04 ( horário de Brasília no horário de verão) do dia 13/11, fazendo escala em Manaus. 

   2º dia de viagem - Chegamos em Boa Vista à 1h00 do dia 14/11 (horário local com 2h a menos de fuso do horário de Brasília). Aguardamos nosso táxi chegar pontualmente às 4h30 como havíamos combinado e partimos para a cidade de Santa Elena de Uiarén, localizado no estado de Bolivar na Venezuela. Esta região serve de ponto de partida para todas as expedições rumo ao monte. Foram 2h de estradas de péssima qualidade, porém cruzando com um cenário novo para todos nós, escolas e  tribos indígenas na beira da estrada e um belo amanhecer  até chegar a cidade de Pacaraíma (última cidade brasileira), cruzamos a Aduana por volta de 7h00 e aproximadamente de mais 1h de viagem chegamos na cidade de destino.


   Sem fazer qualquer reserva em hotel e com a idéia de mudar todo o nosso cronograma conforme a sugestão do guia, marcamos de nos encontrarmos em frente a Pousada Michelle (ponto de hospedagem em diversos relatos) para decidir o que fazer. Estávamos com a proposta de realizar a subida no Monte Roraima em dois dias, ficaríamos 3 dias e 4 noites no topo e mais 2 dias voltando. Conseguimos fechar esta programação e neste mesmo dia, fomos conhecer a Gran Sabana. Fomos muito mal atendidos pela Recepção da Pousada mas deixaram pôr nossa bagagem por lá enquanto realizávamos o passeio.

Tomamos um café da manhã não muito saudável em um lugar parecido com um boteco, uma empanada pra lá de oleosa com um suco não identificável, o meu, a atendente disse que era de rapadura... está bom? (rsrs), trocamos alguns reais para ficar na cidade R$150,00 por Bsb 3450,00 ou seja, a cada R$1,00, conseguíamos trocar por Bsb 23,00. Com dinheiro local no bolso, fomos andar na cidade e aguardar o carro na praça principal para nos levar para o passeio.
   Por volta de 10h00 (30 minutos a mais do que Boa Vista e 2h30 a mais do que Brasília) partimos para a Gran Sabana, um sol fortíssimo e com um calor insuportável, passamos pela bela estrada da Venezuela e por várias barreiras militares. Dentre as diversas cachoeiras que passamos a mais bela e uma das mais populares da região foi a Quebrada de JASPE. Linda, com uma coloração avermelhada da rocha que dava um contraste incrível com o verde da vegetação do entorno. Também visitamos a cachoeira Véu da Noiva com uma belíssima queda e águas cristalinas. 






   Nesse dia, nosso almoço foi na estrada em uma das diversas tribos em que cruzávamos (pollo assado). À noite, cansados por não termos dormido na noite anterior e depois do passeio do dia, tomamos uma cervejinha com uma pizza na pousada Backpacker.
   Observação: Após o almoço, não encontramos doces na tribo nem na cidade acabando com o estoque de bananada da lojinha da Pousada Michelle.

   3º dia de viagem - 1º dia Expedição Monte Roraima (15/11/13) - 6h30 como combinado, o guia Antonio chegou em uma Toyota 4500 EFI 24 válvulas meio branca meio bege, junto com os carregadores e o cozinheiro para darmos início a expedição. Em uma belíssima estrada de asfalto e péssima estrada de terra, chegamos em 1h40min na entrada do parque localizado na Região de Paraitepuy no Parque Nacional de Canaima. Tomamos um café bem reforçado preparados pelos nossos novos companheiros e demos início a caminhada às 9h30. Surgiu um contratempo, até o momento não tínhamos ciência de que um dos carregadores tratava-se de uma criança de apenas 13 anos, debatemos o assunto entre nós e, a contra gosto, aceitamos aquela situação tendo em vista um problema social bastante comum de alcoolismo na região o que dificulta a contratação de mão obra.



   Apesar de triste, era muito comum ver mulheres e crianças pequenas ajudando seus pais e maridos nas expedições para aumentar sua única forma de renda, uma vez que a terra na região não é fértil, dificultando o cultivo de frutas, verduras e legumes. 
   Nosso grupo realizou a primeira parte da trilha até o Rio Tek seguindo o carregador  de 13 anos, Emanuel. Antônio, nosso guia, ficou na entrada do parque aguardando a chegada de outros carregadores para ajudá-lo com nossos suprimentos e mochilas. Neste momento inicial, ficamos com um tremendo peso na consciência e tentamos ajudar Emanuel da melhor maneira que podíamos, cedendo bastões, reduzindo o peso de seu cesto, oferecendo água, suplementos alimentares que havíamos levado para a gente. 
   Depois de 12 km, 4 longas horas de caminhada, em um percurso praticamente todo plano e de terra batida, com um sol esturricante sobre as nossas cabeças e alguns kg nas costas, chegamos a primeira parada oficial, que era no acampamento RIO TEK por volta de 14h00.




   Cedo para armar o acampamento, resolvemos aguardar o guia e os carregadores para saber qual seria a decisão a ser tomada, enquanto isso aproveitamos para tirar fotos da belíssima vista panorâmica do Monte Roraima e ao seu lado o tepui Kukenán; fomos nos desequipando e relaxando na sombra das barracas de pau a pique que haviam no local.
  Para mantermos nosso cronograma de chegar ao topo no segundo dia não poderíamos acampar naquele local. Fizemos então nossa parada para almoço bem rápida e um banho de Rio para relaxar, só que de relaxar não tinha nada, em todo o acampamento e na margem do Rio, os mosquitos puri - puri atacavam desesperadamente a gente e não tinha repelente que desse jeito, a melhor maneira que encontramos de nos protegermos foi tomar o banho rapidamente e colocar a roupa novamente junto com um casaco mais fino. Logo as marcas de mordida apareceram por todo o corpo e não pensamos duas vezes ao nos adiantar e continuar a caminhada. Atravessamos o Rio e mantivemos o caminho pela trilha bem marcada, cada morro que subíamos era um ângulo diferente do Monte Roraima que observávamos. O desnível não era tanto ainda, mas um dia longo se sol e de caminhada já estava ficando bem cansativo. Atravessamos o Rio Kukenan que era um pouco mais largo que o Tek mas não estava cheio e podemos passar tranquilamente com ajuda dos carregadores. Um dica importante é o uso de meia para atravessar os rios por serem bastante escorregadios. 
   A partir deste momento, já estávamos bem perto do acampamento que iríamos ficar, o sol começou a se pôr e um belíssima lua cheia começou a subir por de trás do Monte deixando todos maravilhados com a vista. 
   Segundo o Rai, um dos carregadores do grupo que fomos conhecer apenas na travessia dos Rios, faltava apenas "meia hora" para a chegada, mas o problema que essa "meia hora", já durava umas 3 horas, e havíamos perguntado umas três vezes... entendemos o significado do termo que era "não sei quanto tempo falta" e foi motivo para virar piada durante toda a expedição.    

 Chegamos no acampamento Base Militar por volta de 17h00, quase escurecendo e com a ajuda dos carregadores montamos as barracas. Foram 3 barracas para os 5, Gabi e Luciana dormiram em uma durante todos os dias, eu Leo e Alexandre revesamos as outras duas, sempre um dormia sozinho e nesse primeiro dia foi a minha vez. Com pouco mosquito e sem muito frio, conseguimos ficar conversando na frente da barraca curtindo a lua cheia, jantamos um frango com arroz feito pelos Venezuelanos acompanhado de um suco muito estranho que ainda não descobri o sabor. Neste dia, percorremos 18 km em aproximadamente 450 m de desnível.


 

4º dia de viagem - 2º dia de Expedição Monte Roraima (16/11/13) - 6h da manhã, o dia já estava claro, o sol começando a chegar nas barracas, que estavam encharcadas pela grande umidade local, frio matinal suportável, cansado de tanto dormir me levantei ao som dos primeiros barulhos de panelas, já era o cozinheiro Rafael, preparando nosso café da manhã. Aos poucos, todos começavam a levantar até porque, ninguém mais aguentava dormir, havíamos nos deitado por volta de 20h00 e já faziam 10 horas de sono. Com o café da manhã bem reforçado (panquecas, café com leite, geleia e queijo), desmontamos acampamento e as 7h30, partimos com um sol já forte, mas que ao nos aproximarmos da base da montanha o tempo iria fechando. Com aproximadamente 45 minutos de caminhada, o tempo fechou de vez e começamos a sentir gotas de chuva porém bem finas e que foram ficando constantes com o tempo.


  
   Com um saco plástico bem resistente por dentro da mochila protegendo as roupas e equipamentos mantivemos nossa ascensão cada vez mais devagar. Gabi inexplicavelmente começou a sentir o tornozelo e nosso ritmo caiu ainda mais. Com um peso de mais de 10kg cada um e subindo, passei a puxar mais o passo com Alexandre e aguardamos a chegada deles no acampamento base após 3 horas de trilha desde o local do pernoite. Parada estratégica para suplementação com barras de proteína e hidratação com isotônico, voltamos a caminhada 20 minutos depois, com a chuva dando o ar da graça. As meninas já com a capa de chuva mantiveram e ficaram tranquilas, Leo colocou um pouco mais na frente e eu e Alexandre achamos que iria molhar tudo se parássemos na chuva e abríssemos a mochila para pegar, então ficamos sem. Não foi uma boa idéia, a chuva já estava forte, não parava nunca, não tinha lugar para descanso então fomos obrigados a manter um rítmo devagar porém constante acabando deixando o Leo e Gabi pra trás com o Guia e carregadores, junto com a gente estava o Rafael. 
   Desde o acampamento base, a inclinação da trilha aumentou drasticamente, tendo momentos que tínhamos que colocar as mão para nos impulsionar, passamos por muito barro, pequenos rio, matas fechadas. A todo momento tinha gente descendo, tanto carregadores com cestos imensos como grupos de idades bem variadas, o que nos incentivava mais a continuar a caminhada. As 13h00 tivemos o nosso primeiro contato com a parede do monte, uma pequena parada para energizar, tirar fotos e continuar, tentamos aguardar o restante do grupo no segundo mirante (existem dois mirante até o passo das lágimas) que devido ao mal tempo, não enxergávamos nada, até ouvimos o chamado do Leo, mas estávamos com muito frio e não conseguíamos esperar mais nem um minuto. Sempre bem devagar para não escorregarmos, chegamos ao passo das lágrimas, mas parece que na hora não estávamos muito preocupados em curtir o local e sim de chegar ao topo logo e nos abrigar da chuva. Muita pedra solta, o que nos proporcionou alguns escorregões, passamos por debaixo da cachoeira e dali já tínhamos a certeza de que o cume estava próximo. Procurando incentivar a Luciana a não desistir nem a parar, soltávamos frases motivacionais, brincávamos, eu mantinha uma contagem a cada 10 metros de aproximação ao topo marcado no meu garmin (GPS).  

   As 15h00, horário local, chegamos ao topo do Monte Roraima. A emoção tomou conta de todos, uns choraram outros gritaram mas a sensação de conquista ou melhor, de ser conquistado pela montanha, era única. Tinhamos a idéia de aguardar o restante do grupo no primeiro abrigo e se for o caso resgatá-los, realmente estávamos muito preocupados mas a cada metro que andávamos a paisagem mudava mas ao mesmo tempo tudo era muito igual, com a nevoa que estava, era impossível um da gente voltar para buscá-los, sem dúvida nenhuma, iríamos nos perder, por este motivo continuamos a nossa caminhada. Um cenário muito louco, com pedras fazendo vários formatos, vegetação muito rasteira e cada vez mais rara, flora totalmente diferente do que já havíamos visto em qualquer lugar, tinhamos a impressão que estávamos em outro planeta, poderia até dizer que seria a lua se fosse seco. Depois de um sobe e desce de pedra chegamos ao primeiro abrigo que era chamado de "Hotel"Arena.

   Um paredão de rocha com uma coloração amarelada bem clara formando grutas e abrigos bem seguros, o piso era de areia bem fina com um tom mais escuro "tipo barro" mas não era. Primeiro passo ao chegar no abrigo foi retirar as blusas e trocar a roupa por uma mais seca, os outros carregadores foram chegando aos poucos e com eles a comida e as barracas. Já estávamos azul de fome, com apenas algumas guloseimas na parada do mirante, recebemos dois sanduíches cada um,  que eram feitos com um pão local, ovo, presunto, tomate e orégano, o melhor que já comi em toda a minha vida, não sei se foi exatamente o melhor mas o que eu pensei na hora. Para esquentar um pouco, foi servido um café quentinho, o que nos deu uma tranquilizada quanto aos tremores. Leo chegou uns 10 min depois desesperado de frio e exausto e com mais 5 mimutos junto com o Guia, chega a Gabi com uma tranquilidade de dar inveja a todos. Todos comeram, trocaram de roupa, montamos as barracas com a ajuda dos carregadores facilitando nossa organização com as mochilas. Aos poucos, o abrigo foi se tornando uma favela, com tanta roupa pendurada nas pedras.
   O clima frio foi acalmando, a chuva parando e a névoa abrindo, e ai que começamos a ver realmente aonde estávamos e com um pouco mais de 200 metros estava o ponto culminante do monte que era chamado de Maverick, por ter um formato parecido com o carro mas que daquele ângulo não estávamos enxergando nada disso, ou não tínhamos ingerido muita nuvem ainda...(rsrs). Neste momento em diante, só jantamos, conversamos até um pouco mais de escurecer e fomos dormir pois a tensão e o cansaço do dia foi muito grande. Nesta noite, os 3 homens do grupo dormiram juntos por temer o frio que já havíamos sentido mais cedo e foi uma péssima decisão, a barraca muito apertada para três e nada confortável, foi assim a nossa primeira noite no topo. Neste dia, percorremos apenas  7km com desnível de 1200m. 


5º dia de viagem - 3º dia de Expedição Monte Roraima.(17/11/13) - Acordamos bem cedo, um pouco depois do amanhecer e sem tomar café ainda, partimos para subir o Maverick. Podemos dizer que chegamos ao topo do Roraima neste dia com 2800 metros de altitude. O céu estava azul, pouco frio ainda tivemos o privilégio de ver o formato de um índio no outro lado da pedra e que todos dizem ser Macunaíma (Deus protetor do Monte Roraima), no topo, observamos toda a savana venezuelana e alguns paredões do Monte vistos de um ângulo bem diferente.
Retornamos  ao abrigo após algumas fotos, tomamos o café, arrumamos as mochilas e partimos para o próximo abrigo aproveitando que o dia estava claro. Mas o dia claro lá em cima não quer dizer muita coisa não, pois o clima muda constantemente, uma hora estamos de capa de chuva outra hora um sol de rachar. Com o tempo bom, podemos observar a belíssima paisagem que nos rodeava, charcos, poça e pedra por todos os lugares, as figuras que as rochas formavam, transformavam a paisagem a todo momento.
Sem um pouco de noção de tempo e de hora, passamos pelo "el fosso", uma cratera com cerca de 10 metros de diâmetro e 6 metros de profundidade, o guia perguntou se gostaríamos de entrar, mas como estava um tempo frio, resolvemos continuar. Com muito sacrifício da Gabi devido a lesão de seu tornozelo e muito sobe e desce em rochas, chegamos ao Marco do Ponto Triplo ( Ponto de divisa entre Brasil, Venezuela e Guiana). A chuva e a neblina estragou nosso momento de confraternização e descanso davam um ar de tensão no ambiente, por este motivo, tivemos que continuar a caminhada entre as pedras e sem atrativos até o "Hotel" Coati (único abrigo localizado no território brasileiro).
   Ao chegar no abrigo Coati depois de 4 horas de dura caminhada, a impressão que tínhamos era que realmente parece um hotel, a entrada principal maior como se fosse uma recepção, um jardim no centro de um corredor com iluminação natural e nos cantos, os quartos; perfeito!!


6º dia de viagem - 4º dia de Expedição Monte Roraima (18/11/13) - 4h30, o sol escondido mas a claridade querendo aparecer, o Guia Antônio acorda todos para ver o nascer do sol, a noite anterior tinha sido de lua cheia, e o céu estava limpo. Foi aquela correria para não perder nenhum momento, acorda um que acorda o outro e a mulherada queria pentear cabelo (rsrs), uma confusão, e carrega a Gabi que não consegue correr...(rsrs), loucura, mas no fim deu tudo certo, o sol nascendo por de trás das nuvens, fantástico!!!!!! Estávamos acima delas, o frio e a escuridão vão desaparecendo dando chegada aos raios solares com o calor e a renovação de energia. Lindas fotos foram tiradas pois o visual era para emocionar qualquer um. Começando mais um dia de acampamento, nosso objetivo do dia era conhecer o Lago Gladys, no caminho, passamos por um rio belíssimo chamado Rio do ouro que possuia águas transparentes e uma coloração amarelada devido os minerais das rochas, de cima, podíamos ver toda a profundidade que variava muito conforme as crateras que estavam submersas.


   Ao chegar no objetivo, um nevoeiro cobrindo toda a trilha e impedindo de ver 10 metros à frente. Crateras imensas com lagos e uma vegetação sugeriam uma viagem à alguns milhões de anos atrás, era realmente incrível a paisagem. Ao iniciar o retorno, uma pancada de chuva nos obrigou a fazer uma pausa, neste momento, encontramos com Rafael, Emanuel e Rai, eles traziam nosso almoço, perfeito!!! Se aproximando do abrigo, resolvemos conhecer o mirante onde teríamos o contato com o Marco das divisas entre Brasil e Guiana e uma vista panorâmica para o Roraiminha (formação rochosa localizada ao lado e com um formato similar ao do Monte Roraima) com a magnífica Floresta Amazônica brasileira. Era impossível não gritar e comemorar pela conquista de ter conseguido chegar até ali e poder ver com um tempo maravilhoso. Alguns minutos tirando fotos, voltamos para o abrigo para a janta e os banhos. O início da noite foi de tensão, uma forte chuva desabou pela região com muitos trovões; o rio que estava irrigando o "jardim do hotel", começou a encher, sabíamos que não havia a possibilidade de transbordar pois estávamos no alto e ao sair a água descia. A chuva durou a noite inteira e com a mesma intensidade.

7º dia de viagem - 5º dia de Expedição Monte Roraima (19/11/13) – Após a tensão da noite de tempestade e seguindo nosso cronograma, iniciamos nosso retorno, saindo do abrigo às 7h00 em direção ao abrigo principal com muita neblina e o percurso totalmente alagado.
Ao passar novamente por um longo trecho de pedra até chegar ao Ponto Triplo, decidimos dividir o grupo, Gabi por estar lesionada continuou a caminhada pelo mesmo caminho da ida, acompanhada do Alexandre e os carregadores. Eu, Luciana, Leo e Antônio, desviamos o caminho e fomos para o Vale dos Cristais.
Um caminho com cerca de 100 metros de distância e coberto de cristais Quartzo com a coloração na maior parte branca, tendo a grande sensação de estarmos passando por cima de neve. Pedras enormes fixadas na rocha dava uma coloração especial ao cruzar com a água que descia suave de um córrego. Lindo demais!! Voltando pelo mesmo caminho de ida, passamos pelo El fosso, só que com um volume muito maior de água em sua queda. Cortamos alguns caminhos, passamos por alguns charcos e obstáculos maiores mas algumas horas depois encontramos com o restante do grupo e seguimos juntos até o “Hotel” principal que ficava ao lado do Hotel Arena e em frente o Maverick.  Como de costume, durante todo o dia alternou momentos de chuva fina e sol mas quando chegamos ao abrigo, o tempo fechou de vez nos deixando um pouco receosos por já termos passado por uma chuva. Fizemos um caminho na terra pra água descer para longe das barracas e deu certo quando a chuva caiu durante a noite.



8º dia de viagem - 6º dia de Expedição Monte Roraima (20/11/13) – Saímos cedo como de costume, o tempo não estava muito bom, então fomos somente na Jacuzzi, permanecemos por uns 20 minutos e iniciamos nossa descida do monte. Tivemos um pouco de dificuldade ao passar pelo Passo das lágrimas por estar com um maior volume de água mas passamos rápido. Em comparação com a subida, a descida estava mole e logo chegamos no acampamento base. Nesta parada, almoçamos e continuamos a descida até o Acampamentos Rio Tek, onde foi nosso último acampamento. Depois de alguns dias de desentendimentos com o tênis, Alexandre encerrou seu relacionamento com o mesmo e desceu de chinelo. 
Apesar dos mosquitos, tomamos um banho relaxante, jantamos e Rafael nos contou algumas das lendas mais conhecidas do monte e nos surpreendemos em muitas delas, a principal, foi a de que não deveríamos ter ido no mirante onde vimos o Roraiminha pois era um lugar sagrado. Deveríamos ter respeitado o silêncio da montanha. No mesmo dia, Macunaíma como castigo enviou uma tempestade no local. A lua cheia iluminou mais uma vez nossa noite deixando um ar de despedida da montanha.

9º dia de viagem - 7º dia de Expedição Monte Roraima (21/11/13) Amanhecemos com um lindo sol e partimos para nossos últimos quilômetros. Com 3 horas de trilha, eu, Leo e Alexandre e com muito sol na cabeça, chegamos um pouco mais cedo que o restante do grupo. Tomamos um banho bem gelado para refrescar e para almoço, tivemos uma grande surpresa: arroz, feijão, carne assada com coca-cola e cerveja local bem gelada. Nossa!!!!!!!! Parecia um sonho tudo aquilo, um prêmio pela conquista por tudo que havíamos passado.
Retornamos para a cidade de Santa Elena cedo e passamos o restante do dia e a noite na pousada Backpacker. 



10º dia de viagem (22/11/13) – Um calor insuportável, quando fomos tomar banho para procurar uma padaria, sem água!!! Tivemos que esperar a manhã inteira pela água, demos mais uma volta na cidade, arrumamos as coisas, almoçamos e partimos para o aeroporto. Nosso voo era às 1h40 do dia 23/11 e chegamos às 19h no aeroporto, tivemos que enrolar muitas horas antes de pegar o avião. Quando achávamos que havia acabado nossa aventura, o aeroporto de Manaus fecha devido a uma forte neblina e voltamos para Roraima  às 3h40. Exaustos e sem mais roupa para trocar, tivemos que procurar um hotel para passar o restante da noite e parte do dia, já que nosso voo foi remarcado para as 16h00. Retornamos para fazer novamente o check in e descobrimos que iríamos passar mais uma noite longe de casa, só que desta vez em Brasília, pois não tinha voo direto.  Dia 24/11 às 7h00, chegamos ao aeroporto de Brasília para o nosso último voo, Luciana seguiu viagem para BH e o restante para o Rio de Janeiro.


   Informações importantes:

- Se faz necessário a utilização da identidade atualizada e por segurança o passaporte para o controle na aduana na entrada à Venezuela (A carteira de motorista não serve para nada). O comprovante de vacina internacional para a febre amarela também se faz indispensável e pode ser adquirido em alguns postos de saúde específicos.

-Taxi Josivan: ( Brasileiro e aceita pagamento em Real )
Contato: 95 91186316 / 91115951

Guia Antônio + 2 carregadores + 2 cozinheiros + jeep 4x4 + passeio na Gran Sabana + 8 dias em expedição no Monte Roraima.
Contato: 00584262908894 / 00584261953069 e-mail: thekkeepertour@hotmail.com - facebook: https://www.facebook.com/wenber.asis